14 de dez de 2021

Limitar o uso de aparelhos eletrônicos na vida das crianças requer estímulos dos pais e ações conjuntas. Atividades lúdicas como montagem de peças e colagem, estimulam a atenção, raciocínio e criatividade

Criar tempo de qualidade entre pais e filhos em plena era digital é essencial

A conectividade permitiu a comunicação com o mundo todo sem sair do lugar, ampliou o acesso às informações, mas gerou conflito na interação entre pais e filhos. Em plena pandemia, o confinamento fez 60% se aproximarem mais dos filhos em casa, segundo levantamento feito pela ONG Canadian Men’s Health Foundation, no Canadá. Mas a qualidade do relacionamento em casa piorou após o início das atividades remotas, segundo 28% dos entrevistados na pesquisa do Datafolha, em parceria com a Fundação Lemann, o Itaú Social e a Imaginable Futures.

Quem nunca se queixou que a criança dá mais atenção ao celular do que à própria família? Esse distanciamento afetivo ficou ainda mais evidente no período de isolamento social por conta da pandemia. As pessoas ficaram mais perto, mas com as interações familiares cada vez mais longe mesmo estando dentro do mesmo ambiente.

Pesquisa do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, em parceria com a Viração Educomunicação, de 2020, aponta que 86% das crianças e adolescentes usam a internet diariamente e 80% da faixa etária de até 12 anos acessa no mínimo uma vez por dia. Do total dos que ‘não usam’, 15% vive em área rural e 2,5% em área urbana. Não são apenas as crianças que estão mais ligadas a atividades digitais, os adultos também estão excessivamente de olho nas telinhas dos smartphones.

A reeducação comportamental infantil necessita do envolvimento conjunto. Veja algumas práticas importantes a seguir.

Estabeleça limites para atividades digitais

Criar rotinas sem a presença de recursos tecnológicos é fundamental para que a criança conheça o mundo que se passa fora das telinhas dos aparelhos eletrônicos. Nem sempre isso ocorre facilmente, mas cabe ao adulto explicar a importância desses limites e ensinar o papel da família na vida do pequeno. O tempo sem atividades online pode ser ocupado com a leitura ou contação de histórias, que permite navegar em um universo de imaginação e sonhos.

Desenvolva atividades lúdicas

Interações lúdicas que envolvem montagens de peças, colagem, manuseio de massinha e desenhos no papel, por exemplo, são importantes porque estimulam a criatividade e as crianças a pensar ‘fora da caixa’, gerando ideias novas para outras brincadeiras, para soluções de problemas e desenvolvimento cognitivo.

São atividades que funcionam como antídotos contra a ansiedade e hiperatividade, traços tão comuns desta geração hiperconectada, porque fortalecem a concentração, a atenção, tomada de decisão e raciocínio.

"Brincadeiras feitas à mão são fundamentais para estimular competências ligadas ao desenvolvimento cognitivo. Esse processo de raciocinar, selecionar as peças, montar e colar e ter o resultado satisfatório aguça a criatividade e a paciência, contribuindo para a formação. Para ajudar com algumas ideias de atividades, temos uma área no site de Pritt no Brasil pode auxiliar", comenta Beatriz Negrão, gerente de marca e produto da Pritt, marca da Henkel que desenvolve atividades lúdicas em apoio à educação das crianças há mais de 50 anos.

Crie ações também fora de casa

Não adianta planejar a aproximação dos filhos querendo que apenas os pequenos mudem. Os pais também precisam se envolver neste processo. Promova atividades com as crianças como pedalar, praticar esportes, passear no parque ou outros lugares externos e minimize também o seu tempo de tela durante essas interações. A educação vem do exemplo.

"A criança aberta ao novo tem atitude investigativa, e se torna curiosa sobre o mundo, flexível e receptiva a novas ideias, desenvolvendo pensamentos criativos e não convencionais. O oferecimento e descobrimento de novas aptidões vão proporcionar maneiras diferentes de agir e se comunicar, que são essenciais para o desenvolvimento infantil. Não tem como tirar completamente a tecnologia das nossas vidas, mas é possível usufruir de forma mais saudável, respeitando os limites", finaliza Beatriz.